Se tem uma pessoa que me dá um trabalho danado é Luiza Bohrer. Danado de bom rs. Ela lança desafios em várias direções, como quem joga dardos simultâneos em alvos novos.

“Regina, imagine um móbile espirituoso no lavabo! Que tal uma sequência de desenhos aquarelados sobre esta cabeceira… Três telas grandes em preto e branco lá em cima, o que tu achas? Cor, este ambiente neutro precisa de obras com muuuita cor! Duas esculturas conversando uma com a outra!?”

E Luiza faz escola. Ela norteia uma equipe de arquitetas com o mesmo espírito coolhunter. Que me lançam em perturbações, o estágio no. 1 de toda criação. Sim, porque a inquietação é criativa.

No início, eram Luiza Bohrer e Vanessa Rodrigues juntas, a própria dupla dinâmica. Hoje, continuam parceiras, mas em escritórios paralelos: Luiza na Bohrer, Vanessa na VC2H (e num próximo post).

Lembro-me de ambas, no ateliê, escolhendo entre minhas obras prontas mas, também a partir delas, me instigando e propondo novos trabalhos. Eram encontros divertidos, que me deixavam fervilhando em ideias rs. Sobretudo, sempre foram desafios respeitosos, ou seja, com ampla liberdade de criação.

Claro que só o estado criativo não garante o êxito. Podem ser horas fixando um ponto no vazio, pesquisa, esboços, pinceladas, papel picado, divagações, o caos no atelier, cansaço, descobertas e paixão no processo.

Uma obra que ganha seu espaço no mundo acho mágico. Mas, as coisas que não dão muito certo também são enigmas que me fazem voltar todo dia pro atelier rs. E não estou sendo original: Baravelli*, artista que super admiro, diz que termina cada expediente com uma armadilha desafiando-o a ser decifrada no dia seguinte… Acredito, como ele, que a arte é trabalho. Contínuo.

Luiza – com seu vasto repertório cultural – não só entende o timing do processo de criação como prestigia a presença da arte em todos os seus projetos, nos apartamentos decorados da Plaenge e nos halls dos edifícios que detalha.

Quero acreditar que ela tem parceiros em nível de decisão que compartilham da mesma visão: a de que a arte não só enriquece, diferencia e humaniza um ambiente, mas também educa o olhar de mais pessoas e refina nossa sensibilidade.

Que não só os museus e galerias, mas também os arquitetos e empresários tenham cada vez mais esta visão transcendente de aproximar o convívio entre as pessoas e a arte.

Fiz este flagrante de Luiza quando eu instalava uma escultura de parede num hall e ela chegou pra conferir o resultado. Ah, mas não se engane com este sorriso solar: ela é uma bela que é fera rs.

* www.flickr.com/people/lpbaravelli

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2 comentários

  1. Vanessa Rodrigues

    Você heim… acertou em cheio!
    Luiza é sim isso tudo, e mais… sempre mais…. ela sempre quer mais e melhor… Trabalhar com ela um privilégio, fazer parte da sua família, um… “tudo”!
    Agora… você realmente é uma artista completa: capta nossos sentimentos, sofre para traduzir nossos pensamentos, e consegue…….. ahhhh consegue resultados fantásticos!
    Cada obra tem sua história: começa um projeto, surge o espaço, nasce uma ideia… “liga para a Regina…” ela faz com maestria!

    Costumo falar que minha filha Manuela é o “amor palpável”….

    Taí, Regina é arte acessível…. perto da gente!
    Quer privilégio maior ter ela tão pertinho da gente??!!

    • Paula Bambino

      … nem consultei a Luiza rsss. Pedi a Thaisa q liberasse a publicação desta foto rs. Obrigada, Vanessa, pelo comentário tão carinhoso. Sei q Luiza tbem gostará.