YDA, DAS FLORES E DA MÚSICA

Não sei se essa delicadeza de ser veio de conviver com as flores desde que nasceu. Mas, foi aos 50 que ela encontrou o que nem sabia que buscava: a música. Faz mais de 10 anos, e o encantamento não passa. Quando ela volta de uma apresentação e ganha muitos elogios (sempre), vira na cama sem dormir até lá pelas 4: de tanta felicidade, acredita?

Acredite. Esta é a Yda, das flores, da música e da alma pura de criança encantada.

Yda é o exemplo perfeito do que ensinou a arte educadora Fayga Ostrower sobre quem busca a si mesmo: “… chegará a seu destino. Encontrando, saberá o que buscou”.

Yda cresceu ouvindo os pais cantando, enquanto cuidavam das suas flores no Recanto Primavera. Aos 6, já estava ao piano. Mas, cantar, nunca. Aos 20 e poucos, casou, os filhos foram chegando (4) e ela até pensou em se afastar das flores.

O destino a trouxe de volta na condução da floricultura, que cresceu e apareceu no coração da cidade e região. Convenceu e trouxe também o marido, Luiz Alberto, e os filhos Jackson, Jefferson e Jonathan. Jeniffer, dentista, não nega ajuda quando é preciso, mesmo com uma equipe imensa de rapazes dispostos.

Ah, a música. Yda sempre gostou de ouvir a mãe Shimeko (88 anos) cantar. Mas, naquela exata noite, há mais de 10 anos, enquanto a ouvia, Yda se emocionou de chorar e perguntou se também seria capaz de cantar assim: você é, minha filha, basta querer e tentar – foi a resposta.

Yda matriculou os filhos na escola de música. Eles não ficaram e ela entrou. Nem a professora acreditou quando Yda cantou facilmente a música difícil de Missora Hibari (a Roberto Carlos do Japão). Nem a própria Yda rsss.

Não importa se trabalhou o dia todo andando ligeirinho pela floricultura: se há um convite que ela pode atender e chegar a tempo, ela aceita. São concursos de karaokê, apresentações em clubes, eventos, em toda a região e São Paulo.

O resultado: prêmios, muitas fotos dela em ação, 4 cds gravados, corpo ágil, auto estima ok, e a retomada dos estudos de piano. Uma alegria o tempo todo, que ela extravasa cantando junto às flores, aos clientes, em casa, no banho, pra consolar a tristeza de alguém…

Não marquei este nosso encontro. Aconteceu. Quando fui buscar meu buquê* preferido pra comemorar o mês no. 1 deste meu blog. Ela só soltou os cabelos presos num coque. Estava naturalmente maquiada, linda, à vontade com seu corpo, de vestido frente única. Gente real. Simples assim!

*A história do buquê fica adiada aí pra frente rs