Arte3 Shoko Suzuki

Ela está com quase 84 anos, 60 dedicados à arte cerâmica. Trocou o Japão pelo Brasil no começo da década de 60, e montou aqui o primeiro noborigama, versão do forno arcaico de queima à lenha do extremo oriente. E não parou de trabalhar.

Se até hoje é difícil sobreviver da arte, imagino como deve ter sido complicado pra ela, no início, como mulher e ceramista, tanto no Japão quanto no Brasil.

A cerâmica é vista comumente como objeto decorativo ou utilitário, mas Shoko ajudou a elevar seu status como obra de arte. Impossível não se deslumbrar com suas formas esféricas ou ovoides, de amplos volumes mas de extremo minimalismo.

Amada pelas alunas, ensina com humildade sua estética pessoal inconfundível. Desses encontros saem fornadas de peças, inclusive utilitárias, claro, disputadíssimas.

Um dia, em São Paulo, vasculhando entre os milhares de objetos expostos na Calligraphia (misto de loja e galeria), fui fisgada por uma pequena peça num canto, sem identificação. Segundo a funcionária, vinha de uma dessas fornadas de Shoko Suzuki, a única ali! Me esperando…

Em casa, não é um pote com tampa. É a arte de Shoko Suzuki.

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3 comentários

  1. Ana Paula Menezes

    Acabei de ver as peças dela no Google, são lindas. Pena que ela não tem um site =/