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Parece obrigatório: espremer-se no meio da multidão ao longo da Portobello Road, na maior feira de antiguidades de Londres, um mercado de rua desde o século 19. “Um lugar chamado Notting Hill” é bem aqui. A horda de turistas já foi quase toda embora com o verão no fim, então a muvuca é basicamente com o povo daqui mesmo, todo sábado: indianos, árabes, chineses e coreanos, africanos, outros europeus e, claro, ingleses.

As meio descoladas e as nem tanto vão com chapéus e penduricalhos fashionistas e nem tanto, como a datada bolsa Louis Vuitton. As modernas de verdade tem um figurino preto zen, quase zero de acessórios, um corte curto de cabelo e aquele jeito de quem anda e diz “yes, sou como sou, cool”. O povo de cabelo rosa, verde e arco íris, não está mais por aqui; nem os de piercing por tudo, nem as tribos de depoimentos. Todos os que estão, incluindo hiper tatuados e punk rockers, estão, como direi, em atitude low profile, discretíssimos.

Tudo bem, lá fui eu, entre os locais que prestigiam muito e não compram quase nada. Eu, idem, idem. Quinquilharias, comida, brechó, as manjadas lembrancinhas de Londres, tudo junto e misturado. Depois da segunda quadra, a sensação é a mesma que se tem em qualquer outra feira do gênero, os produtos se repetem e a vista cansa rápido. É preciso um certo esforço pra garimpar algo realmente surpreendente (e bom) ou um ótimo designer perdido entre a disputa de barracas.

Sim, porque o surpreendente pode ser péssimo, como o anúncio “aqui, comida brasileira de verdade: tapas”; ou o cartaz verde e amarelo no bar, “música brasileira com o dj Juanito”.

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