Ao longo desses anos, Patricia Piveta me ligou algumas vezes, absolutamente segura sempre: ou queria comprar uma determinada obra minha, que já conhecia de alguma exposição, ou buscava algo adequado em tamanho e ao ambiente que já tinha em mente.

Nesse último caso, ela vinha, via e escolhia, tudo rapidamente.

A verdade é que ela sempre me deixou insegura sobre essa sua segurança, não sei se isso soa confuso pra você…

Então, eu tentava retardar essas escolhas:

– Patricia, não é melhor você pensar mais um pouco, antes de se decidir assim?

– Não.

– Não quer primeiro experimentar a obra na sua casa, e só depois comprar?

– Não.

(Caramba!)

Deve haver tratados complexos sobre pessoas assim, mas, do meu jeito, costumo dizer que são pessoas que tem “olho bom”.  Olho bom eu também tenho: pra escolher roupas, sapatos, um prato no menu (ok, isso é mais difícil), mas, pra comprar uma obra de arte, mesmo sendo artista eu demoro, hein…

Numa das vezes, Patricia queria uma tela redonda e grande pra um canto da sala, eu não tinha uma assim pronta. Ela não se importou em esperar por ela, mas, como demorei, passado um tempo…

– Regina, e a minha tela?

– Patricia, ainda não saiu…

– Tô esperando, não vai esquecer.

Claro que não esqueci. Ela tá aí…

Você não acha admirável ser uma mulher segura assim? Eu acho!

Throughout these years, Patricia Piveta called me a few times, always absolutely confident: or wanted to buy a particular work of mine, which she saw in some art exhibition, or she was seeking something suitable in size and to an environment that she had already in mind.

In the latter case, she was used to come, see and choose, everything quickly.

The truth is that she always got me unsure about her certainty, I don’t know if this sounds confusing to you … So I tried to slow down these choices:

– Patricia, isn’t better you think a little more before deciding that?

– No.

– Don’t you want to try the work at home first, and then buy it?

– No.

(Blimey!)

There should be so complex books about people like that, but my way, I’m used to say that are people who have “good eye.” I also have good eye: to select clothes, shoes, a dish on the menu (ok, this is more difficult), but to buy an artwork, even being an artist, it takes me time, huh …

At one time, Patricia wanted a round and big painting for a corner of the room, I hadn’t one available. She didn’t care to wait for it, but as I delayed, after a while …

– Regina, and my painting?

– Patricia, it isn’t ready yet …

– I’m waiting, don’t forget.

Of course I haven’t forgotten. It’s there …

Don’t you think admirable to be a confident woman like that? I think!

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3 comentários

  1. Celio Costa

    Vcs duas são seguras do que querem, uma é segura por confiar na outra e a outra é segura por saber que vai agradar sem dúvida, ficou claro né, estou meio inseguro. Celio Costa

  2. Lina Menezes

    Incrível mesmo a segurança da Patrícia. Acho que ser assim facilita muito.
    Vou tentar praticar mais…